sábado, 11 de fevereiro de 2012




12/08/2002



Àquela época foram muitos os que se reuniram nas sinagogas não especificamente para falar, mas sim, para discutirem sobre o que fariam com aquele que estava trazendo a discórdia e abalando alicerces há tanto tempo bem estruturados em patamares sólidos, porém, após o surgimento deste defensor de idéias ilusórias e demagógicas tudo estava tomando um rumo não desejado, já que o bom seria que todos continuarem compactuando das mesmas idéias sem que fosse preciso medir forças com ninguém, todos permaneceriam satisfeitos e contentes porque aqueles que se encontravam na situação de escravos, submissos ao poder, não teriam como rebelar-se porque temiam perder o que recebiam e além de tudo a própria vida; e como recebiam o suficiente para continuarem vivos, o melhor seria calar; e os outros que faziam parte da casta a esses nada faltava, tinham de tudo, tanto dinheiro como mordomias de toda ordem, participavam do mundo de sonhos tal a suntuosidade de tudo, os locais que habitavam eram revestidos de ouro e fartavam-se do bom e do melhor; que importava saber da existência de uma maioria que vivia á margem e que nem devia ser considerados seres humanos; não isto não importava o que contava era saber do que podiam eles fazer se recebessem tratamento, certamente iriam desejar cada vez mais numa luta interminável para igualar-se e isto seria um risco e não daria para imaginar tal situação sendo desencadeada; por isto melhor deixá-los lá a pão e água sem participarem de nada e sem ao menos terem o direito de ouvir falar desta palavra “melhoria” ; diziam muitos que tratavam-se de vermes que necessitavam serem extintos da terra porque só a impregnava de impurezas e tantos eram os sofrimentos daqueles irmãos que muitos sucumbiam por não suportarem os maus tratos; mas eis que o temor tomava conta do meio científico, filosófico, político e teológico porque aquele de quem tanto falavam, “O Libertador” estava circulando pelas redondezas e pregando a igualdade dos homens por serem todos filhos de um mesmo Pai e ainda dizia ser filho também deste Pai, como? Se Ele era um ser de descendência pobre; filho ele era sim, mas de um carpinteiro e como poderia se dizer rei? As controvérsias eram muitas, uns diziam ter sido Ele que falou ser filho de Deus, outros diziam não ser esta a verdade, que não se intitulava rei, mas sim ter sido enviado pelo Pai para libertar os que sofrem de todas as dores inclusive físicas, já que diziam Ter ele curado algumas pessoas, porém, até isto devia ser mentira, porque se assim fosse teria curado o seu pai, o carpinteiro, e isto não ocorreu; e que poder seria esse que diziam ter se que não fazia com que Ele fabricasse dinheiro e saísse da pobreza em que se encontrava? Não! tudo conversa, mas melhor seria não arriscar, na dúvida melhor prevenir. E assim continuavam, na calada das noites a planejarem algo que pudesse acabar de uma vez por todas com aquela balbúrdia, o Revolucionário deveria ter o seu julgamento e melhor seria que fosse abreviado de preferência as custas de negociatas com alguém que O cercasse; e deveria existir algum que pudesse ser subornado e isto não seria difícil, pois já era do conhecimento de muitos não serem todos tão fiéis a Ele como pensavam, alguém fazia parte das duas posições, ou melhor, dizendo nem contra, nem a favor, porque entre eles estava apenas com o intuito de acelerar alguns acontecimentos políticos e enxergava n’Ele esta possibilidade, pois tinha carisma. E assim pensando foi facilmente envolvido pela sede do poder e logo que surgiu a oportunidade a proposta foi feita e imediatamente aceita, porém, como aconteceu a João Batista, melhor seria que tivesse continuado vivo, porque morto tornou-se mais perigoso ainda; a sua popularidade cresceu ainda mais e tudo o que pregou ficou eternamente nas consciências de tantos quantos fizeram parte dos acontecimentos; no entanto, após, muito após, descobriram ser tudo verdade o que pregava aquele que pensavam ser um revolucionário e além de tudo descobriram ser ele AMOR na maior amplidão desta palavra.

Oh! Pai amado, quanta dor tomou conta dos corações de todos os que desta forma procederam, condenaram um inocente porque nada devia; e condenaram-se por tantos séculos, já que tornaram-se seus próprios algozes, enquanto que o perseguido continuou vivo na imensidão dos séculos.

Que assim seja!



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