terça-feira, 10 de abril de 2012

 17/09/2001


   Irmãos queridos, se me perguntassem o que gostaria de ter sido, responderia sem pestanejar, que gostaria de ter sido o menor dos grãos de areia na qual Jesus pisou, no entanto, nem isso Senhor, consegui ser. E o que fazer, senão, pegar na charrua e ir em busca do trabalho. Falaram-me por repetidas vezes a respeito de conhecimentos aos quais seriam muito mais completos do que aqueles que já conhecia, no entanto, com meu jeito um tanto criança, que sempre tive, fugia sempre desta possibilidade desculpando-me e justificando-me dizendo, que essas coisas de Espiritismo era lá com o Chico -1 .
     E, assim segui, perdendo oportunidade importante de conhecer assuntos a respeito de esperanças novas porque sabia eu, que o Pai nos reservava alguns lugares sim! Mas esses lugares estavam em casas circunscritas, mais precisamente céu, inferno, purgatório, paraíso, limbo. Mas o que eu precisava saber era que tudo isto é um estado de consciência, mas como o Pai é maravilhoso, e sendo um Pai de amor e justiça, me concedeu e continua concedendo a medida exata do meu merecimento que não é tanto! Acho que deu-me até a mais do que merecia, desculpe-me a contradição, mas como isto é também um procedimento meu, aqui estou do jeito que fui quando encarnada, agora desencarnada, ao menos isto tenho conhecimento graças as oportunidades que tive de dialogar com o professor a este respeito e de outras coisas mais, porém, sempre de forma rapidíssima, já que nem ele, nem eu tínhamos tempo a perder e sabíamos da necessidade de correr em busca deste tempo, por isto quando parava um pouco entre um descanso e outro, me impacientava e acabava por seguir logo a luta, assistindo a tantos necessitados que precisavam não especificamente de mim, mas de Jesus  porque sei que nada sou, mas que podia ser um instrumento para que algumas dores fossem aliviadas, indo muitas vezes em busca de ajuda de alguns amigos que consegui fazer nesta minha caminhada e sempre quando as dificuldades se apresentavam diante de mim recebia dessas criaturas o que necessitava para o alívio da fome e das dores dos nossos irmãos através de medicamentos doados por eles e por tantos outros, ainda bem que descobri a tempo o não ser necessário edificar templos, e sim, ir ao encontro dos necessitados e em vez de templos aceitei a oferta feita para construir um hospital onde pude alojar aos menos favorecidos da sorte; eu Senhor apenas fornecia-lhes o alento material, assim mesmo por caridade desses tantos irmãos, como já falei, porque fostes tu Senhor quem sempre concedestes tudo.
 Portanto, após estas pequenas e restritas notícias deixo explícito meu pensamento e o meu desejo de identificar-me da forma que foi possível, dado a limitações existentes. Aos que não desejarem acatar como verdade este meu proceder e a minha identificação oramos por todos, pois turrinha como sou; só isto aprendi a fazer, orar pelos que necessitam e perdoar aos que de uma forma ou de outra tenham sido instrumentos para que eu crescesse ao menos um pouco.
Que o nosso Pai Celestial e o nosso Mestre Jesus conceda a todos os nossos irmãos em Cristo encarnados e desencarnados a paz e a luz de que necessitam.
Deixo aqui claro com esta palavra “desencarnada” a prova do meu despertar rápido sobre esta realidade e não podia ser diferente tendo um professor como aquele.
Aquele trabalho que está sendo realizado no Pelourinho é de grande importância na área social, assim como também de ordem espiritual por serem muitos os que estão recebendo oportunidades várias.

Uma irmã peregrina
 Apenas tentei ser um pequeno grão de areia e mesmo assim não consegui, e sabem por quê? Porque desejei ser logo aquele grão que Jesus pisou, quis demais! Pensei muito alto e não consegui, mas um dia conseguirei, pois somos eternos.

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Nota:   Quanto ao item 1º supra, se formos em busca encontraremos em O Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo 13- Não saiba a vossa mão esquerda, item 10 uma mensagem na qual um espírito protetor assim se expressa: Eu era como sois: sofria, sentia-me desgraçado, mas acreditei no Espiritismo, e vede agora sou feliz. Portanto...

Certo dia um jovem repórter aguardava-me quando saía de um encontro, para perguntar-me se eu achava que valia a pena o que eu vinha realizando já que diante de tanta miséria existente o que eu fazia representava apenas uma gota d’água no oceano; quando então lhe respondi que primeiro nada achava que tinha feito, mas mesmo assim conforme falou, se coloquei uma gota d’água no oceano ele jamais será o mesmo. E, ele, aquele jovem na sua ânsia pelo bom desempenho do seu trabalho, baixou a cabeça e nada mais falou, mas como sofri após ter dito aquelas palavras, no ímpeto da emoção e se possível fosse encontrar-me novamente com ele teria pedido desculpas pelo meu mal proceder porque o “elevar-se” nada representava e com aquelas palavras eu deixei claro que tinha realizado alguma coisa quando nada fiz, o que fiz naquele momento foi deixar um jovem triste a remoer as suas emoções e a se culpar por ter-me feito àquela pergunta, mas deixo este acontecimento expresso neste manuscrito apenas como prova de que sou eu a mesma de sempre, impetuosa e gracejera como sempre fui quando caminhava carregando não, o peso da minha cruz, mas sim, o peso daquele corpo que muito agradeço ao Pai; por ter-me concedido aparentemente perfeito para que com ele eu pudesse realizar algo que hoje sei ter sido por mim mesmo que o fiz. Sei, mais do que nunca, ser o que fazemos aos outros para nós que o fazemos.

Nota-2: Separei esta parte do texto por pertencer a outra irmã, não menos amorosa que a anterior. No entanto, apenas eu como instrumento tomei conhecimento desse detalhe, que levou a mensagem a ser avaliada como apócrifa.

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